Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) procuram partidos e figuras políticas depois da votação do último domingo (2) ter levado a corrida presidencial ao segundo turno.
Três dias após o pleito, Bolsonaro selou acordo com os governadores de três estados do Sudeste, a região com o maior número de eleitores no país. Já Lula obteve a adesão do PDT de Ciro Gomes e de José Serra.
LULA
PARTIDOS
PDT
A condição do apoio foi a incorporação de três propostas de Ciro Gomes (PDT), que não foi ao segundo turno da corrida presidencial, a um eventual governo de Lula: o programa para zerar dívidas do SPC, o plano de renda mínima e o projeto de educação em tempo integral. Após conversa entre os presidentes das siglas, Carlos Lupi (PDT) e Gleisi Hoffmann (PT), o partido anunciou apoio a Lula.
Ciro, que fez uma campanha com ataques a Lula e com a estratégia de equiparar o petista a Bolsonaro, endossou a decisão da sigla, mas o apoio foi tímido. “Frente às circunstâncias, é a última saída”, disse em um vídeo em que não cita Lula. “Não pleiteio nem aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo.”
Cidadania
O partido, federado ao PSDB e parte da coligação de Simone Tebet (MDB), apoiou Lula. A reunião em que a decisão foi tomada contou com a participação dos 19 membros da sua executiva nacional. Apenas três integrantes foram contrários ao apoio, defendendo a neutralidade. Nenhum advogou a favor de Bolsonaro.
POLÍTICOS
Fernando Henrique Cardoso
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou, na manhã desta quarta (5), apoio a Lula. “Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva”, escreveu FHC no Twitter.
José Serra
O senador do PSDB, que já perdeu a disputa pela Presidência para Lula, em 2002, e para Dilma, em 2010, votará no petista na corrida nacional e em Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato de Bolsonaro, na eleição para o Governo de São Paulo. Uma dos principais líderes da história do partido, Serra não conseguiu se eleger deputado federal no pleito deste ano.
Tasso Jereissati
Outro senador do PSDB, Tasso Jereissati afirmou, antes de se reunir com correligionários, que defenderia o apoio do partido ao petista. “Minha opinião, não é necessariamente a do partido, é que temos de ir com Lula. Nesses quatro anos, vi a quantidade de absurdos que aconteceram no governo Bolsonaro”. Em reunião posterior, o partido optou pela neutralidade.
BOLSONARO
Romeu Zema
Zema, reeleito governador de Minas Gerais no primeiro turno, anunciou que apoia a reeleição de Bolsonaro. O político do Novo tinha se mantido neutro em sua campanha para vencer em um estado que deu preferência a Lula no primeiro turno. Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil.
Rodrigo Garcia
O governador de São Paulo fez uma campanha baseada na crítica à polarização e às brigas políticas. Dois dias após o primeiro turno, ele deu apoio incondicional às candidaturas de Bolsonaro na Presidência e de Tarcísio no governo do estado. A decisão irritou parte dos tucanos, que criticaram a tomada de decisão individual, sem consulta aos integrantes da campanha.
Duarte Nogueira
Prefeito de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, o político do PSDB apoiou Bolsonaro na Presidência e Tarcísio no governo do estado. “Político precisa ter lado. Apoiei e votei nos meus candidatos no primeiro turno. Agora declaro apoio ao presidente Bolsonaro e ao governador Tarcísio de Freitas”, disse. Ele justificou a decisão citando a pauta anticorrupção.
Sergio Moro
Moro declarou apoio a Bolsonaro, de cujo governo pediu demissão após ser informado da troca da diretoria-geral da Polícia Federal, ocupada na época por Maurício Valeixo. “Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro”, afirmou.
Deltan Dallagnol
Deputado federal mais votado do Paraná nestas eleições, o ex-procurador da Lava Jato declarou voto em Bolsonaro. “Eu vou fazer oposição à candidatura do Lula ou ao seu governo”, disse em um vídeo no Instagram. “Nós precisamos unir o centro e a direita no Congresso.”
QUEM FALTA SE POSICIONAR
União Brasil
Dirigentes do partido divergem sobre o rumo a seguir no segundo turno. De acordo com líderes da sigla, a maioria tende a apoiar Bolsonaro, mas o respaldo ao chefe do Executivo esbarra em duas figuras-chave do partido: Luciano Bivar, presidente da legenda, e ACM Neto, candidato ao Governo da Bahia e secretário-geral.
Ronaldo Caiado
Em meio ao boicote às medidas sanitárias promovido pelo presidente na pandemia de Covid, Caiado rompeu com Bolsonaro e disse que não respeitaria as decisões do Executivo. Agora, ele espera a decisão do partido para se posicionar no segundo turno.
MDB
O MDB de Simone Tebet, que saiu derrotada do primeiro turno e disse que não se omitir no segundo, ainda não decidiu o apoio. A sinalização da senadora abriu uma disputa no partido.
APOIO DOS CANDIDATOS A GOVERNOS
Lula começa o segundo turno das eleições presidenciais com o apoio da maioria dos candidatos a governador que também permanecem na disputa em seus estados. Dos 24 candidatos que disputam o segundo turno em 12 estados, dez apoiam o petista, nove estão com Bolsonaro e outros cinco ainda não indicaram qual posição devem adotar em 30 de outubro.
Folhapress