Como gerar postos de trabalho na indústria baiana se não há mão de obra qualificada no mercado? Para discutir e propor soluções a esse problema, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, e representantes do movimento sindical da Bahia cumpriram ontem uma extensa agenda, em Salvador e em Feira de Santana, com o ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho.
A agenda começou cedo no Centro Estadual de Educação, Inovação e Formação da Bahia Mãe Stella, no Cabula, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, quando foi lançado o programa Qualifica Bahia, que oferecerá cursos de qualificação profissional a 150 escolas de ensino médio em tempo integral, abrangendo sete trilhas de conhecimento em 140 cursos de tecnologia e comunicação.
De acordo com Deyvid Bacelar, esses programas de qualificação são o passo fundamental para o cumprimento da agenda do desenvolvimento socioeconômico do País. “Apesar de o governo federal já ter criado dois milhões e oitocentos mil postos de trabalho formais, nós conversamos sobre os avanços que ainda precisamos alcançar, com empregos de maior qualidade e salários mais altos. Para isso, a qualificação é uma palavra chave”, destacou Bacelar, acrescentando que também foi discutida a necessidade de a classe trabalhadora ter ganhos reais nos acordos coletivos frente à inflação.
Bacelar informou que o Estaleiro da Enseada, em Maragogipe, vai gerar três mil novos postos de trabalho para a construção de barcaças nos próximos meses, o que também exigirá a contratação de mão de obra qualificada. Ontem à tarde, na UFBA, foi oficializada a parceria entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), quando foram anunciados os projetos do Programa Manoel Querino, com investimento de mais de R$ 27 milhões, para qualificar 8.600 alunos.
Segundo o ministro Luiz Marinho, esse programa deve alcançar 100 mil trabalhadores e integra o Sistema Nacional de Emprego (Sine). “Foi estruturado em quatro modalidades: qualificação social e profissional, passaporte qualificação, certificação profissional, e fomento a estratégias de geração de emprego e renda”, informou o ministro.
Desde 2021, o programa já recebeu 1,5 milhão de cadastros, sendo 90,5 mil na Bahia pela Escola do Trabalhador 4.0. Até agora, 182 mil trabalhadores foram beneficiados em todo o Brasil, com 29 mil cadastrados em processo de qualificação na Bahia.
À noite, em Feira de Santana, Luiz Marinho e a reitora da UFRB, Georgina Gonçalves, assinaram o Termo de Cooperação Técnica de adesão ao Programa Caminho Digital/Escola do Trabalhador 4.0, que oferecerá cursos de pacote Office 365 aos alunos da UFRB.
