PP adia conversas com Jerônimo e está próximo de confirmar Cacá Leão como secretário de Bruno

Foto: Matheus Lemos/Divulgação/Arquivo

O comando do PP na Bahia, a cargo do vice-governador e deputado federal eleito João Leão, definiu que manterá, ao menos no começo do próximo ano, uma posição de independência em relação ao governo Jerônimo Rodrigues (PT), enquanto caminha na direção de ter um espaço na Prefeitura de Salvador, sob a batuta de Bruno Reis (União).

Candidato derrotado ao Senado na chapa do ex-prefeito ACM Neto (União), o deputado federal Cacá Leão (PP), que é filho do vice-governador e ficará sem mandato a partir de janeiro de 2023, assumirá um cargo no primeiro escalão do Executivo municipal. A articulação é feita diretamente entre ele, Neto e Bruno Reis. O pepista deve ser secretário de Governo, pasta que fica no gabinete do prefeito, no Palácio Thomé de Souza.

Ao contrário do que tem especulado setores da imprensa, a nomeação de Cacá não afetaria imediatamente a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT), que desde antes da campanha eleitoral deixou o comando da Secretaria de Governo para, num primeiro momento, coordenar a campanha dos candidatos do partido dela na Bahia – depois, a pedetista foi indicada para ser vice da chapa do presidenciável da sigla, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes. Hoje, o titular da pasta municipal é Júlio Fon, que era subsecretário antes da eleição.

Bruno Reis pretende fazer uma reforma administrativa para acomodar aliados após o período eleitoral. Uma das prioridades é o comando do PP, partido que tem seis vereadores na Câmara Municipal: George Gordinho da Favela, Leandro Guerrilha, Maurício Trindade, Roberta Caíres e Sandro Bahiense.

Entretanto, a articulação tem mais relação com o interesse do grupo do prefeito em ter o PP como aliado municipal para 2024 do que com a composição de forças da Câmara, pois todos os vereadores pepistas entraram no partido este ano para concorrer a cadeiras na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal via articulação que envolveu o próprio Bruno Reis. Ou seja, os edis são mais ligados ao chefe do Executivo municipal do que à sigla chefiada por Leão.

Os deputados e prefeitos do partido no interior não se incomodam com essa articulação em Salvador, mas buscam uma reaproximação do PP, que rompeu com o PT no primeiro semestre para apoiar ACM Neto, quando João Leão não conseguiu ser governador interino, com Jerônimo. Tudo indica que haverá uma disputa interna pelo comando estadual da legenda.

O mandato de João Leão como presidente da sigla termina em abril de 2023. Em conversa recente com este Política Livre, ele informou, no entanto, que pretende ficar mais um ano no comando da legenda, propondo um rodízio a partir de 2024. A proposta repercutiu mal entre os deputados, que estudam uma forma de tirar o vice-governador da presidência. Esse caminho seria facilitado se houver a retomada de uma aliança nacional entre petistas e pepistas em torno do governo do presidente eleito Lula, o que não deve ocorrer de imedia