Os escritores baianos Bárbara Carine e Itamar Vieira Júnior foram os grandes vencedores do Prêmio Jabuti, considerado o mais importante reconhecimento literário do Brasil. A cerimônia de premiação ocorreu na noite de terça-feira (19), no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Ambos conquistaram o prêmio em categorias distintas: Bárbara Carine na área de Educação e Itamar Vieira Júnior na categoria Romance Literário.
Bárbara Carine, autora do livro “Como ser um educador antirracista”, recebeu o Jabuti na categoria Educação. Com a obra, a escritora baiana propõe reflexões sobre como a educação e a escola podem ser repensadas sob uma perspectiva antirracista e descolonial. A autora é também fundadora da Escola Maria Felipa, pioneira no Brasil como unidade de ensino afro-brasileira registrada em uma secretaria de educação. Carine, que acumula quase 400 mil seguidores nas redes sociais, é conhecida por sua atuação como intelectual nas plataformas digitais, onde compartilha reflexões sobre racismo, política e educação. Com 16 anos de experiência como professora, ela é formada em Química e Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e possui mestrado e doutorado em Ensino de Química.
Itamar Vieira Júnior levou o prêmio de Romance Literário com o aclamado livro “Salvar o fogo”. Na obra, o escritor baiano mistura a trajetória íntima de seus personagens com um panorama das questões sociais, emocionais e culturais do Brasil. Itamar já havia sido premiado em 2020 com o Jabuti de Romance Literário por “Torto Arado”, um best-seller publicado em 2019, que narra a história das irmãs Bibiana e Belonísia, duas mulheres cuja vida é marcada por um acidente na infância, e se passa no sertão da Chapada Diamantina. O livro denuncia ainda as práticas de trabalho análogo à escravidão, que persistem no Brasil.
Além deles, a escritora baiana Luciany Aparecida também esteve na disputa, concorrendo na categoria Romance Literário com “Mata Doce”, um romance ambientado em um pequeno vilarejo baiano, que aborda segredos familiares e dramas pessoais, mas não levou o prêmio.
A vitória de Bárbara Carine e Itamar Vieira Júnior reforça o protagonismo da literatura baiana no cenário nacional, destacando o talento e a relevância das narrativas que vêm do estado.