Homenagem à pró Regina!

Obigado por tudo pró Regina Abraão

Quando eu tinha 10 anos, fui estudar no Colégio João Paim e me deparei com duas professoras que foram um divisor de águas na minha vida. Afetuosas, bem humoradas,  faziam da matemática uma brincadeira. Linda e Regina eram duas mulheres empoderadas a seu tempo. Uma branca e outra Negra! Aquela amizade me chamava a atenção e não precisa explicar os motivos, diante do processo histórico racial brasileiro.

A primeira, faleceu no ano em que fundamos a Escola Municipal Professora Lindaura Câmera, quando para eternizar seu nome, escrevi uma poesia em sua homenagem .

Mais de vinte anos depois, recebo a triste notícia do passamento de pró Regina.

Quase não sei nada sobre essa mulher, mas eu sinto ela presente em minha vida. Foi com ela que recebi os primeiros elogios ao ser a primeira aluna da sala a descobrir o valor de X.

Foi com pró Regina Abraão que experimentei, pela primeira vez, a sensação de ser elogiada em público em meio à tantas críticas.

Penso em Regina como exemplo e como força de mulher negra que vence o mundo branco, através da competência e excelência.

Dito isso, não posso deixar de poetizar:

-Cadê sua mãe?

Dizia Regina.

Olha menina:

“Não se importe com o que dizem de você“

Ah, Regina!

Como foi libertador…

Descobrir com o tempo o quanto de menina havia em você?

O quanto de Regina reverberou em mim…

PROFESSORA –  Era sempre com maestria que na sala acolhia pretos

Brancos

Pobres e ricos

Quando assim lhe permitia.

O bullying quando surgia

Você fechava a porta da sala

E a mágica acontecia

Refletir era preciso … Pio!

Todo mundo caladinho.

Quanta honra

Neste labor seu

Estendido no meu…

Sua ida da vida, será como tua aposentadoria

Um totem

Pois eterna já é na memória mantida pela

“chama”

De luz

R E G I N A