Funcionários do Polo de Camaçari ameaçam greve

Em assembleia no PV 10 do Polo Petroquímico de Camaçari, categoria aprovou estado de greve

Tudo aponta que a partir de amanhã, quarta-feira (21), o Polo Petroquímico de Camaçari amanheça com funcionários em greve devido ao desentendimento com o patronato sobre reivindicações de reajuste salarial da categoria que já vinham sendo discutidas durante seis rodadas, há alguns meses,  inclusive com a presença do Ministério Público do Trabalho e todos os entes envolvidos.

A  greve já teve aviso prévio publicado em edital, e deve ser deflagrada às 00h de quarta caso hoje, terça (20), não haja nenhum consenso.  A possibilidade de falta de acordo pode paralisar atividades do polo que é responsável por uma arrecadação de 14,5% do PIB  baiano.  De acordo com entidades sindicais  o reajuste de 32% pleiteado atualmente pelos trabalhadores do Polo de Camaçari já veio de uma tentativa de negociação com o patronato, que recusou a oferta, e  faz parte da reivindicação de equiparação salarial entre o setor de manutenção industrial e montagem de Camaçari e Candeias.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Química, Petroquímica, Plástica, Farmacêutica do Estado (Sindquímica), Luiz Tavares, alega que o pedido de reajuste inicial era de 52%, valor que representa a perda salarial obtida pela categoria nos últimos sete anos. No entanto, por entendimento favorável à sociedade, houve tentativa de negociação sem sucesso.

“Ao longo desses sete anos, antes e durante e posterior a pandemia, não houve nenhum acordo com o sindicato patronal e os patrões se aproveitaram da situação desde o golpe de Dilma para cá. Então há um acumulado de perda salarial de em torno de 50%. Baixamos, demos opções e nenhuma foi aceita”, explica Tavares.  A entidade está de comum acordo com o do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sindticcc).

Recusada a oferta, as entidades sindicais passaram a pleitear a equiparação salarial, cujo valor atual em Candeias foi conquistado há cinco anos, enquanto em Camaçari não.

 “Tivemos várias tratativas no Ministério Público com o sindicato patronal oferecendo 5,36%.  Mas fica muito longe do quer pedimos. Pleiteamos 32% que pode ser 16% antecipadamente e 16% parcelado em até três vezes, sendo a primeira retroativa à data base e a segunda após 60 dias Eles preferem paralisar as atividades do que negociar com o direito do trabalhador”, declarou.

Ainda conforme o sindicato, as empresas retiraram ainda 1% da mesa proposta e penalizaram os trabalhadores “cortando as cestas básicas por atraso de trabalho durante três dias de atividade paralisada”.  “O sindicato se dispôs a negociar, a rever as perdas.  Mas a negociação que teríamos hoje foi suspensa e só restou deflagrar a greve. O edital inclusive já foi publicado”.

Procurado,  o Sindicato da Indústria da Construção Civil da Bahia não respondeu as tentativas da reportagem até o final desta edição.

Por Hieros Vasconcelos Rêgo