A montadora chinesa BYD, que compete com a Tesla pela liderança no mercado global de carros elétricos, vai instalar a pedra fundamental de sua fábrica na Bahia em 9 de outubro e programa início da produção para o final de 2024, afirmou um representante da companhia no Brasil nesta quinta-feira (28).
A empresa trata há meses com o governo da Bahia a instalação de um complexo fabril que terá produção de veículos e componentes de baterias e que servirá, segundo a montadora, de polo de exportação da marca para a região.
“Nove de outubro teremos a pedra fundamental em Camaçari. Essa é a nossa expectativa”, disse o conselheiro especial da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, a jornalistas. O executivo participou de evento de lançamento de nova versão do carro elétrico mais vendido do Brasil em agosto, o Dolphin, da marca chinesa.
A nova versão, Dolphin Plus, deve representar 15% das vendas da companhia no país, afirmou um executivo da BYD, afirmando que o carro tem bateria de 60 quilowatts/hora (Kwh), que permitem autonomia de cerca de 420 quilômetros, e preço de R$ 179,8 mil, próximo de utilitários (SUVs) a combustão atualmente vendidos no país.
Baldy afirmou que a BYD tem no momento 35 lojas abertas no Brasil e outras 65 em construção. Segundo ele, a fábrica será aberta com uma capacidade de produção de 150 mil carros por ano que será atingida gradualmente.
Essa expansão na rede de lojas deve incentivar a empresa a ampliar importações de veículos para o Brasil em 2024, disse Baldy.
Segundo o executivo, o governo federal até agora não conversou com a companhia sobre a prometida imposição de alíquota de 35% de Imposto de Importação sobre carros elétricos. “O governo até agora tem manifestado total comprometimento em incentivar os investimentos”, disse Baldy.
Atualmente, carros elétricos têm tarifa zero do imposto e a BYD e rivais, como a também chinesa GWM, têm se aproveitado dessa isenção para ampliar suas operações no Brasil. Em meados do mês, o secretário de Desenvolvimento Industrial do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), Uallace Moreira, afirmou à Reuters que a isenção do imposto será extinta em medida a ser anunciada “em breve”, atendendo pleito de montadoras tradicionais representadas pela Anfavea.
O plano da BYD, que programa investimento de R$ 3 bilhões no país, incluindo os gastos com o complexo fabril de Camaçari e novos modelos, prevê seis a oito veículos sendo fabricados na Bahia, incluindo um híbrido flex plug in, disse Baldy.
Questionado sobre uma eventual nova prorrogação no prazo de vigência do regime tributário especial do Nordeste para o setor automotivo, que atualmente beneficia a Stellantis com créditos fiscais, Baldy afirmou que a BYD poderá “incrementar o investimento” anunciado se a medida avançar no Congresso, mas não deu detalhes.
Folhapress