Bembé do Mercado mostra força do afroturismo baiano, até domingo (19)

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O tradicional Bembé do Mercado, que completa 135 anos em 2024, foi aberto na segunda-feira (13), em Santo Amaro, na zona turística Baía de Todos-os-Santos, com a presença de autoridades estaduais e municipais e lideranças religiosas. Reconhecido como Patrimônio Cultural Nacional e Imaterial da Bahia, o maior candomblé de rua do mundo celebra a resistência do povo negro. A programação segue até domingo (19), com rituais de religiões de matriz africana, manifestações culturais, rodas de conversa, palestras e oficinas. As atividades contam com o apoio do Governo do Estado.

“Celebramos e pedimos o tombamento do Bembé, também, como Patrimônio da Humanidade. Já tivemos cinco reuniões para discutir o reconhecimento e seguimos na luta. Este ano, a festa tem um diferencial, que são os debates sobre temas como direitos da mulher, das pessoas com deficiência (PcD) e da comunidade LGBTQIAPN+”, explicou o babalorixá Pai Pote, do terreiro Ilê Axé Oju Onirê, presidente da Associação Beneficente Bembé do Mercado.

“As manifestações impactam nas atividades turísticas em Santo Amaro, com a identidade dos terreiros e das comunidades quilombolas. É um dos grandes atrativos do Recôncavo, que atrai visitantes do Brasil e do exterior. Os hotéis da região estão cheios”, ressaltou Paulo Sobrinho, assessor especial da Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA), que desenvolve o projeto Agô Bahia, voltado para o incremento do afroturismo, com ações de capacitação profissional e obras de infraestrutura em terreiros.

O comunicador paulista Flávio Lobo não conhecia a festa e ficou encantado. “Vim participar por orientação de um pai de santo baiano que conheci em São Paulo. Eu não tinha nenhuma informação de como era o Bembé e estou achando sensacional. Tenho fascínio pela cultura afro-brasileira”, relatou.

“Já estive em Santo Amaro para uma pesquisa da minha tese de doutorado sobre Maria Bethânia e voltei agora. A festa revela o Brasil em que eu acredito, que é o da cultura popular, das religiões de matriz africana e da tolerância em todas as formas de expressão”, pontuou o professor mineiro Leonardo Nogueira.