Aliados do deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil da Câmara, entre eles o ex-candidato a deputado estadual Ângelo Santana (UB), acreditam que a escolha do parlamentar baiano para relatar a PEC da Transição o recoloca no páreo na briga por uma vaga no ministério do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva.
O nome de Elmar, que vinha sendo fortemente especulado como ministro das Minas e Energia pelo respaldo que ele tem junto à bancada do União Brasil na Câmara, perdeu força no amanhecer desta terça-feira (13), após articulações feitas ao longo de todo o dia de ontem (12) pelo PT baiano para “queimar” o deputado, até então aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Como antecipou este Política Livre, parceiro do Jornal do Povo, até dossiê com falas antigas do parlamentar contra Lula e notícias sobre irregularidades na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), que conta com a influência direta de Elmar, teriam chegado às mãos de Lula. À imprensa nacional, a presidente nacional do PT fez vazar a informação de que o deputado baiano, que votou a favor da privatização da Eletrobras, na contramão dos petistas, nunca seria ministro de Minas e Energia.
Agora, os aliados de Elmar no partido torcem para que o parlamentar seja escolhido para um outro ministério. O União Brasil, também como foi antecipado por este Política Livre, quer duas pastas, uma indicada pelos senadores do partido e outra pelos deputados.
Segundo o site O Antagonista, o PT quer entregar à legenda apenas o Ministério dos Direitos Humanos, o que não agradou. Além disso, os petistas, sobretudo os baianos, esperam que o União Brasil não indique Elmar ou qualquer outro parlamentar da Bahia ligado ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Essa indicação seria feita até esta quarta-feira (14), mas as negociações continuam.
Como relator da PEC da Transição, Elmar pode complicar ou ajudar a vida do governo. Caso a proposta seja alterada, por exemplo, o texto retorna ao Senado, o que atrasaria a tramitação. O deputado baiano tem atuado em conjunto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que apoia o nome do baiano para a Esplanada dos Ministérios.