Terminou em impasse a reunião ocorrida nesta segunda-feira (08) entre o secretário de Relações Institucionais do governo, Luiz Caetano, e os líderes da base aliada na Assembleia Legislativa para tratar do critério na distribuição dos cargos no interior.
O Política Livre apurou que os deputados estaduais fecharam questão contra a proposta de parte dos presidentes dos partidos da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), apresentada na reunião do conselho político, na última quinta-feira (04), de dividir os espaços municipais no interior com os deputados federais. O líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), por exemplo, se colocou contrário.
Diante do impasse, Caetano pediu aos deputados estaduais que levem o posicionamento para os presidentes dos partidos, com o objetivo de tentar equacionar a questão. Uma nova reunião do conselho político para tratar do assunto deve ocorrer na próxima semana.
Os deputados estaduais defendem a proposta original apresentada pelo governo na reunião do conselho político, na qual o critério para a distribuição nos cargos municipais leva apenas em conta a votação dos parlamentares eleitos da Assembleia. Eles alegaram no encontro de hoje com Caetano que os deputados federais têm, além dos espaços oferecidos nos órgãos da União na Bahia, emendas impositivas e de relator (o chamado orçamento secreto).
Por esse critério defendido pelos líderes na Assembleia, quem obteve mais votos na eleição proporcional de 2022 para o Legislativo baiano tem direito às melhores escolhas na cidade, priorizando os aliados de primeira hora, que estão com Jerônimo desde as eleições – os que aderiram este ano precisarão negociar individualmente os espaços dentro de uma cota do governador.
A proposta não foi aceita na reunião da última quinta do conselho político, formada pelos presidentes de partidos da base aliada. Alguns dirigentes, a exemplo da deputada federal Lídice da Mata, que comanda o PSB baiano, e o secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, que lidera o PCdoB, defenderam que a bancada baiana na Câmara participe do rateio dos cargos municipais, mesmo que os deputados estaduais tenham um peso maior nas escolhas.
Lídice, que coordena a bancada baiana no Congresso Nacional, chegou a dizer na reunião do conselho político que os principais cargos federais estavam sendo entregues pelo governo Lula (PT) apenas a adversários de Jerônimo na Bahia, como é o caso do União Brasil, que deve seguir no controle político das duas superintendências da Codevasf no Estado.
Vale lembrar que na gestão do ex-governador Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil, houve um período em que os deputados federais também participavam das indicações nos cargos municipais. Além dessas estruturas, há ainda os espaços regionais, aqueles que englobam mais de uma cidade, na qual o critério é a votação proporcional dos partidos da base, que fazem as indicações. Nesse caso não há impasse.
Além de Rosemberg Pinto, também participaram da reunião hoje com Luiz Caetano os deputados estaduais Alex da Piatã (PSD), Robinson Almeida (PT), Rogério Andrade (MDB), Luciano Araújo (Solidariedade), Niltinho (PP) e Fabrício Falcão (PCdoB).