A Secretaria de Políticas para as Mulheres, em parceria com as Secretarias de Educação, Turismo e Cultura celebram o show Elas à frente, na próxima terça-feira (28), para enaltecer as lutas e as conquistas das gerações de mulheres baianas e brasileiras no mês de março. A ação, que acontece na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA), tem como objetivo mobilizar a sociedade para reflexão sobre a dignidade menstrual, um direito reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, dentro da dimensão de saúde pública e direitos humanos econômicos, sociais e culturais. Outra questão considerada pelo evento, e de grande importância para as mulheres baianas que somam 81% chefes de família registradas no CadÚnico (SEI 2022), é o programa Bahia Sem Fome. Por isso, a entrada do Show Elas à frente é um quilo de alimento não perecível (exceto sal), que será revertido para o programa, ou um pacote de absorvente para a campanha em favor da dignidade menstrual.
Com direção artística de Hebe Alves, professora, atriz e diretora de teatro premiada, e direção musical da cantora e compositora Manuela Rodrigues, o espetáculo leva só mulheres ao palco da Concha Acústica do TCA. O show Elas à frente enaltece o processo de autonomia feminino em apresentações que misturam: som e sentido, voz e palavra, dança e síncopa, artes visuais e performance. Abertura do espetáculo é às 18h e, a partir daí, o espectador poderá conferir três horas de música e arte. Elas à frente é um espetáculo feito por mulheres gratuito e aberto a comunidade da bahia, com transmissão pela TVE-Bahia, no canal aberto 10.1, em Salvador.
As Panteras Negras – Aiala São Luiz (guitarra), Juli Almeida (percussão), Line Santana (bateria), Riane Mascarenhas (contrabaixo), juntamente com Aline Falcão (teclados), Érica Sá (percussão) e Ivana Dantas (backing vocal) – formam a banda base instrumental do show. Essas sonoridades se misturam ao trabalho audiovisual da VJ Ani Haze, dos scratches e do beat da DJ Belle e a condução da MC Denise Correia, atriz e integrante do coletivo “Performárticos Quilombo”.
Atrações musicais do show
O espetáculo conta com as apresentações da cantora, compositora e bailarina, Aila Menezes, que comandou a primeira banda de pagode composta só por mulheres, e se consagrou dentro de um gênero que está vinculado ao universo masculino, trazendo as visões das mulheres, especialmente, das gordas. No mesmo segmento e ritmo, o espetáculo conta com o groove do pagodão feito pela banda Pagode Por Elas, composto inteiramente por mulheres, desde os vocais até as instrumentistas, o grupo não é fixo e dessa vez será comandado pelas cantoras e compositoras DAI, que ainda é dançarina, Nêssa, ilustradora, e Rai Ferreira, que avança para o subgênero do pagode com o funk.
No compasso do samba, o show Elas à frente traz Dona Dalva Damiana com o Samba Suerdick, um dos mais tradicionais Sambas de Roda do Recôncavo Baiano. O grupo foi formado por operárias e mantém a beleza da performance das sambadeiras e do batuque, na condução de Doutora Honoris Causa Dalva, fundadora do grupo, e da Mestra Ana Olga. É do recôncavo que vem também Sued Nunes, a cantora e compositora traduz sua ancestralidade em mesclas do sagrado com o afro futurismo.
O sagrado feminino também é o espaço da Banda Didá que, desde 1993, é um espaço para as mulheres, sobretudo as mulheres negras, de aprendizado musical e pessoal. Através da dança, dos tambores e do sambareggae, as meninas da Didá são exemplo de força e resistência para o Pelourinho e para o Brasil. Na pegada do reggae, o espetáculo abre o palco para Danzi, cantora e compositora soteropolitana, que apresentará ao público mensagens de consciência social e empoderamento.
Vindas do interior, a Orquestra de Meninas de Coité traz compositoras, regentes e instrumentistas com base na produção de música eletroacústica. Mais uma mulher que se destaca em um universo de homens, trazendo o fôlego das minas é Aurea Semiseria. Negra, gorda, lésbica, “Big Mama” chega ao show sem pedir licença com letras que alertam para não confundir essa mulher com uma “mana”, como a ressalta a letra de “Big Mama”.
Atrações multilinguagens e arte transversal
No segmento multilinguagens, Elas à frente, traz Slam das Minas, com o protagonismo das mulheres negras e periféricas na literatura através da poética e das rimas; Ani Ganzala, artista visual, realizando grafites; Nariz de Cogumelo, com mulheres na arte de palhaçaria; Luana Tamaoki, artista circense e da dança vertical com tecido; Escola de dança da FUNCEB, com a apresentação da coreografia “PADÊ; Inah Irenam, artista e pesquisadora da dança; Josy Brasil, idealizadora do programa “Roda Comigo” que tem como objetivo informar sobre a acessibilidade, a dança, a inclusão e demonstrar que as limitações podem ser ressignificadas; Beatriz Tuxá, indígena de etnia Tuxá Kiniopará, cantora, poeta e compositora; Deusa Sued, membro do coletivo AFROBAPHO, ex-vocalista e co-fundadora do duo AS MAMBAS; Ira Vilaronga, atriz, audiodescritora, poetisa, compositora e cantora, que mergulha no universo do teatro, da música e da literatura; e Jaine e Jamile, dupla de cantoras, da Chapada Diamantina, que explora a temática adolescente e as vivências e dores da idade, foi durante o período escolar, cursado em uma unidade pública, que essas jovens descobriram seu potencial.
Acessibilidade A Concha Acústica dispõe de rampas, elevadores e plataformas elevadas na arquibancada, especialmente criadas para dar melhor visão e conforto a cadeirantes. O Complexo também dispõe de um veículo adaptado, para transporte de cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção, caso seja necessária circulação interna, a exemplo de chegada e saída pelo estacionamento.
Fonte: Ascom/SPM