Um grupo de professores da rede municipal de ensino se reuniu para cobrar da Prefeitura de São Sebastião do Passé, ações concretas para melhorar as condições de trabalho da categoria, que também vem sofrendo muito por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus.
O grupo redigiu um documento e encaminhou à prefeita Nilza da Mata (PP), com cópia para a secretária de Educação do município, Neilda Lima. Veja a seguir na íntegra as reivindicações dos professores: São Sebastião do Passé, 06 de maio de 2021 Exma. Sra. Nilza da Mata Prefeita de São Sebastião do Passé – Ba.
Tivemos conhecimento, que no dia 18 de março de 2021 foi encaminhado um documento via e-mail, com solicitações em relação à melhoria das condições de trabalho e exercício do magistério à Secretária Municipal de Educação. O referido documento foi encaminhado por
uma comissão instituída pelos(as) professores(as) do Colégio Dr. João Paim. Tivemos também conhecimento que, no dia 19 de março, um outro documento foi protocolado na Secretaria Municipal de Educação, com conteúdo parecido, dessa vez, assinado pela APLB e também até o momento não houve resposta da mesma secretaria.
Visto isso, após ter se passado mais de 40 dias, os(as) professores(as) da rede municipal de Ensino busca, mesmo diante da pandemia que já matou mais de 70 sebastianenses, articular caminhos de abrir diálogos, pois a situação que se encontra a educação encontra-se sustentada pelos recursos tecnológicos dos(as) professores(as), e que sem estes recursos a Educação no município, não conseguiria retornar.
Diante dos fatos, agora com representação de mais escolas e mais professores(as), vimos ratificar as solicitações do Colégio João Paim e da APLB, pedindo uma resposta agora a gestão e assim saber se será possível um diálogo para garantir os direitos da categoria, mas também o direito do nossos alunos. Há relatos de professores(as) adoecendo por vários motivos relacionados a esse formato se pensar a gestão da Educação, isso sem levar em conta que estamos todos(as) sofrendo com a pandemia e com a morte de parentes, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Por isso solicitamos as seguintes providencias:
1. Adequação do tempo para atender as especificidades das aulas síncronas; Comentário: O tempo cronológico de 50 minutos foi pensado e instituído para o ensino presencial e não para o ensino remoto. As condições físicas, sociais, emocionais, econômicas precisam ser levadas em conta para garantir acessibilidades e igualdade de direitos. Não se pode transferir estruturas de uma modalidade de ensino para outra, sem as devidas adequações.
2. Agrupamento de turma com o propósito de otimizar o tempo da aula e dar autonomia ao professor na execução das aulas assíncronas, validada pela aplicação e correção de atividades remotas; Comentário: Já é fato que a frequência de alunos e alunas nas aulas síncronas estão em média entre 40 a 50% do total de alunos da rede. O agrupamento de turmas das mesmas séries e turnos do ensino Fundamental anos finais potencializa otimizar a hora do professor e assim sobrar tempo para atender a grande demanda de alunos sem acesso à internet e equipamentos tecnológicos.
3. Intervalos entre as aulas síncronas para o remanejamento de links, planejamentos e organização da recepção dos alunos nas aulas on-line; Comentário: Ao terminar uma aula síncrona o professor precisa de no mínimo alguns minutos para reorganizar, links, equipamentos, livro didático, conteúdos/séries, entre outros, exigindo agilidade e presteza para concluir uma aula e iniciar outra com respeito e tranquilidade para seus alunos e alunas. Além disso, o(a) professor(a) e os alunos e alunas precisam de um momento de intervalo para levantar-se como forma de prevenção contra doenças relacionadas a movimentos repetitivos, principalmente porque a categoria não possui assistência médica.
4. Aquisição de pacote da Google com fins a institucionalizar o Google Classroom (sala
de aula); Comentário: O Google é uma empresa privada e não são os educadores que usam os serviços do Google sala de aula, capacidade de memória do e-mail e etc., quando se trata da utilização de pacotes de acesso para ministrar as aulas remotas. Cabe à Prefeitura Municipal de São Sebastião do Passé esse contrato. Os educadores e educadoras estão comprometendo o manuseio do e-mail privado, enquanto nem a escola, nem a SEDUC, assumem suas responsabilidades em relação aos sistemas operacionais de alimentação de dados da educação do município e nem enquanto veículo de acesso dos(das) estudantes.
5. Curso de 120 horas para formação de professores para o ensino hibrido com inclusão
automática ao termino do curso, a vantagens salariais por qualificação; Comentário: o professor se capacita e quem usufrui desse conhecimento é o aluno e aluna da rede. Capacitar o professor deve ser a meta de qualquer gestor da educação comprometido com a qualidade do ensino e valorizar esses profissionais com os direitos e vantagens está assegurado por lei.
6. Criação de Comissão de análise de documentação relacionada à carreira do magistério
para iniciar o processo de reconhecimento e pagamento dos direitos e vantagens, negados nos últimos anos, visto que, toda documentação foi apresentada no cadastramento do servidor, no mês de janeiro de 2021.
7. Criação do Auxílio internet /energia para professores;
8. Aquisição de notebooks para os professores, compatíveis para atender às demandas do
ensino remoto; Comentário: O que solicitamos foi equipamento e condições de trabalho para desenvolver as atividade que o ensino remoto gerou para nós educadores(as)
9. Auxilio alimentação e auxilio internet para os alunos. Comentário: Entendemos é necessário mobilizar os pais das crianças e jovens estudantes para instalar espaços de escutas democráticas, afinal o ensino é público e gratuito e os alunos estão pagando internet para assistir aula
10. Aulas assíncronas precisam ser compreendidas como momentos de estudos do aluno
mediados não em tempo real, pois assim se tornaria aula síncrona. Comentário: Manuais e artigos publicados sobre o ensino remoto concordam que: “A comunicação assíncrona não exige a participação simultânea dos envolvidos, ou seja, os participantes não precisam estar reunidos ao mesmo tempo”, permitindo maior flexibilidade no acesso às atividades, potencializando que o(a) professor(a) possa atender ao aluno conforme o surgimento das demandas trazidas pelos discentes.
11. Eleições já, para gestão escolar EM São Sebastião do Passé. Comentário As eleições é o único formato que entendemos para garantir o processo legítimo e democrático e assim garantir a autonomia das unidades escolares de São Sebastião do Passé.
12. Reserva técnica para professores do Ensino Fundamental, anos iniciais conforme a Lei
n.11.738/2008, para corrigir os equívocos na cobrança de mais de 2/3 de interação com
o aluno, como vem acontecendo.
Comentário: Atualmente os professores desse segmento de ensino estão trabalhando 4
turnos em contato direto com o aluno de forma simultânea pelo Google Meet e WhatsApp.
13. Desburocratização e informatização do sistema educacional para diminuir a quantidade
de formulários que sobrecarrega os momentos de AC do(a) professor(a), e do Coordenador pedagógico.
Comentário: A SEDUC exige conhecimento tecnológico dos(as) Educadores(as), no entanto, mantém um sistema caótico em relação controle de frequência, relatório de aulas, cadernetas, planos de cursos e etc., fazendo com que os momentos de planejamentos pedagógicos percam a sua essência de lugar de estudo e troca de conhecimento, se tornando em um lugar de cobrança e exigências administrativas.
Suporte pedagógico para alunos com necessidades especiais, com equipe multidisciplinar disponível para o aluno e para o(a) professor(a). Disponibilizar ajuda de custo para professores com classes que tenham alunos especiais, visto que exige atendimento específico gerando a necessidade de elaboração de atividades específicas e atendimento direcionado as demandas pessoais do aluno(a)
14. Priorizar o EJA, pois o currículo já estava defasado e agora urge preciso reformular para atender esse segmento dentro da modalidade remota.
Foto PUC
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